Primeiros Azuis

by Miguel Ferreira

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1.
Entrada 00:59
2.
Pedaços 02:00
Certo homem põe-se em linha, Quando o amor o amassa Pensa que p’ra lá caminha Faz-se o trilho da desgraça Um pedaço sempre que vais embora Um pedaço sempre que vou embora Um pedaço sempre que vais embora Um pedaço sempre que vou embora Pensa que quando for velho Lá estará uma certeza Pouco importa o espelho Desde que traga leveza Um pedaço sempre que vais embora Um pedaço sempre que vou embora Um pedaço se queres que vá embora Um pedaço sempre que vou embora
3.
Ondas 02:54
Ondas que me levam Parece que são feitas de ouro e são veludo no meu corpo Uma estrutura do meu traço Na escuridão o mesmo espaço Na incerteza o que desfaço Em consciência eu erro um passo Ondas que me levam Parece que são feitas de ouro o que seduz também o outro Uma estrutura do meu traço Na escuridão o mesmo espaço Na incerteza o que desfaço Em consciência eu erro um passo
4.
I 01:53
5.
Mimo 01:58
Vem que vem ao longe um mimo Vejo que é teu amigo Não te vais arrepender Agora mais de perto eu sei Vendo do teu lado errei Não volta a acontecer Ah como eu vou Ah já não sou Bem vamos lá embora Já chegou a minha hora De voltar a adormecer Penso acordo e logo a sonhar Não sei como vou voltar Ao que mais me dá prazer Ah como eu sou Ah já voou
6.
Onde Está 01:08
Onde está a minha cor Sem pensar e sem supor A lupa Recusa Onde está o que eu quis Rejeito se não me diz Escuta É uma
7.
II 02:46
8.
Pista 03:59
Uma pista p’ra tirar a venda Sem pensar se ainda vale a pena Mais um balde de água fria Prolongar esta agonia Nada a ver Não vai ser assim Nada a ver Não vai ser assim Tanto eu tento tempo a tempo Popular em pensamento Mais um balde de água fria P’ra levar à utopia Nada a ver Não vai ser assim Nada a ver Avança sem mim Nada a ver Não vai ser assim
9.
São Tantos 03:23
Na conversa p’ra animar Mandam poeira p’ro ar Já se viu que os pardais são tantos Esquenta a mente a derreter Libertar para escolher Já se viu que os murais são tantos Da vontade de partir Definir aonde ir Já se viu que onde vais vão tantos Amordaça a tradição A cultura sem expansão Já se viu que p’ra mortais não há cantos
10.
III 02:35
11.
Besta 03:33
Lento vem assim O som Que embala alguém Conquista o fim Quem sou Sem mais ninguém Volta envolta em pé Levou Ser mas não é Procura qual é O dom Que espera o bem Besta em pedra ali Não resiste aqui Vista grossa lá Não persiste cá
12.
Nada Como 03:45
Um paredão de laranja escuro E a ver-te Ao fundo desta ilusão A luz do sol que aquecia almas Com ternura Do outro lado desta parede Nada como ver A flor crescer A mão tremer Quem berra a ver O fogo a arder Que apaga o ser Que habita a terra
13.
IV 01:43
14.
Animado pelo vento Suplantado o desprezo Avança um barco pelo gelo Respirando entre paredes E a compor com dó Não virá o sol Como se fosse vê-lo Como se fosse medo Concentrado em prever Transpirar sem correr Viste o barco pela rede Inspirado em vocês Componho com voz Foi-se um mal menor Como se fosse vê-lo Como se fosse medo Como se fosse tê-lo Como se fosse sede
15.
Sinos 02:30
Solto da ramagem Surgirá O fruto da saudade Do confronto com a distância Surgirá A ternura da amizade E do colo faz-se a telha Que será O que dura na verdade Faz-se fogo com a centelha A iluminar A penumbra da velha casa

about

A herança da cantiga portuguesa tem tanto de extensa como de complexa. Miguel Ferreira apresenta-nos o seu terceiro álbum a solo, “Primeiros Azuis”, consciente da tradição e de como esta pode ser moldada ao acutilante e apressado olhar da contemporaneidade.
Há um breve momento no nascer de um novo dia, uma luz crepuscular em tons de azul e laranja, que enchem quem observa essa alvorada de uma melancolia animadora, expectante e tranquila. “Primeiros Azuis” é a tradução musical desse instante entre o que era e o que está para vir, entre o dia que passou e o dia que se segue. É uma rica tapeçaria sonora que explora a tensão entre a angústia da irreconciliável marcha do tempo com a beleza que é viver o momento, rodeado daqueles que nos amam, e de quem amamos.
Esta exploração, por vezes ácida mas sempre sensível e profundamente pessoal, é um mergulho à vulnerabilidade e às ânsias de um ser em conflito consigo e com o seu lugar neste mundo, que encontra na poética da melodia e das palavras um refúgio.
A sonoridade do álbum, que vive entre o tradicional e o novo, entre o nostálgico e o premente, é um espelho desta luta eterna entre o antes e o depois.
Miguel Ferreira, responsável pelo manejo de todos os instrumentos ( menos o adufe ), bem como pela escrita de passagens tão ternas como Faz-se fogo com a centelha/A iluminar/A penumbra da velha casa, transporta quem o escuta, ao vulnerável instante em que a luz do dia ainda não queima mas já permite ver.

Texto por Bernardo Gaia

credits

released March 10, 2023

Letra, música, captação e mistura: Miguel Ferreira
Adufe (faixas 11 e 15): Ana Ferreira
Gravado no centro comercial STOP

Masterização: João Bastos

Fotografia: André Gigante
Design: Luis Gigante

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